O ômega-3 também pode prevenir a Epilepsia!




Bem vindos mais uma vez, nossos árduos visitantes, sedentos por conhecimentos e claro, por algumas dicas sobre o universo das gorduras!

Nessa nova conversa vou apresentar mais um pouco sobre o curioso e fundamental óleo ômega-3. Como vocês já viram no que foi apresentado por mim e pelos meus colegas esse composto é um ácido graxo poliinsaturado essencial, que não é produzido pelo nosso organismo. Por isso é importante deixar claros alguns motivos pelos quais é importante a ingestão deles.



Como deixei uma pitadinha de curiosidade na mente de vocês no meu último post, hoje vou apresentar algumas influências do ômega-3 sobre o sistema nervoso em geral e na manifestação clínica da epilepsia.


O ômega-3 é um importante componente de fosfolipídeos de membrana e está presente significativamente nas células nervosas, os neurônios, afetando propriedades como fluidez, permeabilidade, capacidade de fusão e também a atividade de diversas proteínas e assim modulando vários sistemas de neurotransmissores. O ácido decosahexaenóico (DHA) é o ácido graxo mais abundante nas membranas das células cerebrais e também da retina.

No tecido nervoso ele atua também como um anti-inflamatório importante, capaz de reduzir o tempo de crises epilépticas. Isso mesmo! Nosso poderoso óleo é capaz de reduzir os impactos de crises epilépticas pois ele diminui o tempo de persistência delas, reduz a frequência com que elas ocorrem e também protege os neurônios das inflamações crônicas do tecido cerebral, geralmente presente em pacientes que apresentam epilepsia. Isso porque ele inibe a produção de algumas substâncias que provocam edema e ativam o processo inflamatório, que por sua vez lesa as células. Outro ponto de atuação diz respeito à regulação da entrada de cálcio para o interior dos neurônios, o que pode levar a célula à morte. Porém o DHA aumenta a produção de proteínas tamponadoras de cálcio, como a calbindina e a comogramina, que podem criar certa resistência a essa lesão da célula.

Estudos realizados por alunos e professores da disciplina de Neurologia Experimental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), usando ratos que sofrem de epilepsia, mostraram que os animais tratados com ômega-3 apresentaram menor perda de neurônios no hipocampo que aqueles que não receberam o tratamento. Além disso, verificou-se a regeneração de parte do tecido lesado, inclusive com a formação de novos neurônios. Com esses resultados, começaram a ser conduzidos estudos sobre o efeito da introdução de ômega-3 na alimentação de crianças com epilepsia refratária - aquelas de mais difícil controle - mas ainda não foi comprovada a completa eficiência em seres humanos.
Mas cuidado, não tire conclusões precipitadas! A pesquisa é surpreendente, mas não aponta ainda para uma cura para a epilepsia, mas mostra que é possível a realização de um trabalho de prevenção efetivo para que se consiga diminuir os efeitos da doença ou ainda diminuir significativamente o número de casos. Vale ressaltar, portanto, que o tratamento ainda é feito a base de remédios e os pacientes que os utilizam não devem abandoná-los.

Viram? Não subestimem esse malandrinho do ômega-3, ele ainda nos esconde capacidades que nem se imagina. Só deixando um pouquinho de água na boca de vocês, ele ainda tem grande influência na doença de Alzheimer. Pesquisas já o apontam como uma forma de retardar o envelhecimento do cérebro e a progressão da doença. Mas isso fica para a próxima conversa...

Obrigado pela visita e continuem acompanhando nosso "ensandecido grupo"!


Referências Bibliográficas:

http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=omega-3-protege-cerebro-durante-crises-epilepticas&id=4654

http://www.galenanutrition.com.br/nutrition/artigo.php?cod=22

http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13874/000656883.pdf?sequence=1

http://www.medicsupply.com.br/profissionais-de-saude/central-do-conhecimento/omega-3-regenera-o-tecido-cerebral-e-minimiza-a-morte-de-neuronios/

http://www.neurofisiologia.unifesp.br/epilepsia.htm

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/01/04/omega-3-capaz-de-regenerar-neuronios-mostra-pesquisa-da-unifesp-915452095.asp

http://www2.uol.com.br/vyaestelar/cerebroecorpo_omega3.htm

TrANs FattY AciDS

whats_wrong

conSultAS fÁCeis X inVErdaDes

Caros recentes amigos,
Na minha busca incessante por escrever algo sobre colesterol que fosse ao mesmo tempo útil e interessante, deu-me na idéia de escrever sobre o “princípio do equilíbrio”.
Como assim?
Vamos com calma, amados... Breve pretendo ser mais clara. A parte do suspense às vezes torna as coisas mais interessantes! Haha
Atualmente, se a concentração de colesterol em seu sangue (em mg/dl) estiver acima de 230, a maioria dos profissionais da saúde começa a ficar preocupada. E, se sua taxa for de 250 ou superior, você deve ser colocado imediatamente em uma dieta especial, em um programa de exercícios físicos, e, possivelmente, sobre medicação.
O “princípio do equilíbrio“, sobre o qual falei no início, sugere, porém, que a contagem do seu colesterol não é tudo. É extremamente importante pensar em termos do colesterol individual e outros componentes gordurosos de seu sangue, além da taxa de colesterol total.
Pra tentar simplificar... Fundamentalmente, você precisa se atentar ao seguinte:
1) Sua taxa de colesterol total
2) Suas LDLs (lipoproteínas de baixa densidade)
3) Suas HDLs (lipoproteínas de alta densidade)
4) Seus triglicerídeos.
(Para os perdidos, nossas postagens anteriores dão uma ligeira dica do que são essas 4 coisas)
Um desequilíbrio na concentração dessas substâncias pode gerar um quadro conhecido como “deslipidemia”.
Aham...
Mas, qual, então, deve ser a taxa considerada segura dessas gorduras e lipoproteínas no sangue para que se esteja protegido de uma eventual doença coronariana? Bem, como veremos posteriormente, essas taxas dependem, principalmente, de fatores como idade, sexo e até mesmo da pressão arterial. Diabéticos e tabagistas também são diferentemente analisados quando faz-se estudos das concentrações ideais dessas substâncias no organismo.
Dando um tour pelos livros e internet, descobri um tal de “Escore de Risco Framingham Para Doenças Cardiovasculares”. Resumidamente, ele é resultado de descobertas realizadas no Estudo do Coração de Framingham, em Massachussets no ano de 1948, e consiste em uma tabela onde são indicados “escores de risco para eventos coronários”.
Segue a tabela:
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Além da tabela, o site http://www.framinghamheartstudy.org/risk/index.html calcula de forma rápida e atualizada os escores de risco para as doenças cardiovasculares.
Estudos posteriores, porém, questionam a veracidade e a utilidade das informações contidas no Escore de risco Framingham. Entre outros motivos, porque, primeiramente, os dados foram obtidos com medidas de quase meio século, havendo assim a possibilidade de que o risco tenha se alterado com o tempo.
Em segundo lugar, porque o risco verificado nos participantes de Framingham não é, necessariamente, o mesmo verificado em outras populações, principalmente pela diminuta quantidade de pessoas analisadas no estudo: 6000.
Em terceiro lugar, fatores como dieta, peso corpóreo e atividade física, não foram considerados no escore. Quarto, o risco apresentado é unidirecional, ou seja, não se pode garantir que a redução de um fator de risco reduza de fato o risco.
Há ainda outras idéias contra os valores indicados pelo estudo. Quem tiver curiosidade, basta acessar o artigo: http://www.fm.usp.br/gdc/docs/revistadc_166_08-escore.pdf
Em síntese, queridos, apesar das facilidades de cálculos dos índices de risco, apesar das inúmeras fontes, às vezes seguras, outras não, que falam sobre gorduras e doenças cardiovasculares, nada melhor que cuidar da alimentação, praticar exercícios e fazer constantes visitas ao seu médico.
Saber que nossas gorduras têm que estar em quantidades equilibradas em nosso organismo, como vimos, não nos livra da possibilidade de doenças coronarianas, afinal, outros fatores devem ser analisados. E, em último caso, o risco individual só pode ser definido mediante um estudo clínico, ou seja, seu médico deve ser sua principal orientação quando você se preocupar com sua saúde.
O post de hoje foi só para alertar os amados leitores. Nem sempre o que dizem por aí é o que acontece realmente com você. Estudos às vezes surgem pra facilitar nossas vidas. Mas eles devem servir-nos como orientação, e não como medidas de condutas!
Cuide de sua saúde consultando-se regularmente!
E, por hoje... É só!
Até nossa próxima conversa.
Fontes:

Cooper, Kenneth H.: Controlando O Colesterol, Nórdica, 1990
http://www.fm.usp.br/gdc/docs/revistadc_166_08-escore.pdf

Hormônios Esteróides – Glicocorticóides

Como eu disse anteriormente, o colesterol é a base que o corpo usa para a formação de uma importantíssima classe de hormônios, os esteróides. Esses hormônios ajudam na regulação e sinalização no corpo, sendo responsáveis por controlar vários processos metabólicos naturais e manter a homeostase. Vamos hoje ver de que forma a molécula de colesterol se transforma nesses outros compostos. Vimos como é a cadeia química do colesterol anteriormente:
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Vemos o núcleo de anéis rígidos e uma cadeia lateral linear de carbonos. Então, para formar hormônios esteróides o colesterol quebra exatamente essa cadeia e a substitui por algo diferente. Por exemplo vamos ver a estrutura da progesterona:
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A partir desse tipo de quebra o colesterol cria diversos esteróides com várias funções diferentes. Hoje nos focaremos nos hormônios esteróides da classe dos glicocorticóides ou glucocorticóides:
São fabricados ná glândula supra-renal.  Tem as mais diversas funções no corpo. O mais conhecido deles é o cortisol:
250px-Cortisol
Uma das funções básicas deste tipo de hormônio e a responsável pelo seu nome é a regulação da gliconeogênese. Em outras palavras, eles incentivam a síntese de glicose pelo organismo a partir de compostos  diferentes da glicose, como o lactato, o piruvato, o glicerol e muitos aminoácidos. Esse processo é importantíssimo para o corpo uma vez que o cérebro humano por exemplo só consegue absorver energia na forma de glicose.
A reação de síntese de glicose por essa via é representada por:
2 Piruvatos + 4ATP + 2GTP + 2NADH + 2H+ +H2O  --> GLICOSE + 4 ADP + 2GDP + 6P+ 2 NAD+
Dá pra perceber que muita energia é gasta nesse processo, mas como explicado anteriormente o corpo humano precisa de glicose para alguns órgãos que processam apenas ela como fonte de energia.
Outra importantíssima função dos glicocorticóides é a sua ação anti-inflamatória forte. Eles são usados na medicina para a formação de vários produtos anti-inflamatórios conhecidos. Seu modo de ação é a partir do barramento da ação gênica. Isso mesmo. COmo a inflamação é uma reação causada pelo nosso próprio corpo, os glicocorticóides inibem indireatamente a expressão de genes com efeito inflamatório inibindo os fatores de transcrição destes genes e incentivando a transcrição de genes com efeito anti-inflamatórios como mostrado nessa figura publicada no New England Journal Medicine em 2005:
cortisol regulating
Existem outros tipos de antiinflamatórios mas até hoje os antiinflamatórios são os mais eficientes disponíveis. É importante destacar que a melhora causada pelo antiinflamatório não impede a evolução de uma doença, sendo seu uso importante principalmente para tratamento sintomático.
O uso desse tipo de medicamento é tão costumeiro e importante que o ministério da saúde disponibiza em um documento várias recomendações para o uso deste remédio por médicos. Este documento está disponível por exemplo no site do Hospital da Universidade de Brasília no seguinte link: Formulário Terapêutico Nacional
Neste link também há um quadro básico de comparação dos tipos de glicocorticóides usados para tratamentos de inflamações:
quadro esteroides
Não para por aí. Os glicocorticóides também tem efeito imunossupressor. A primeira vista essa ação pode parecer simplesmente nociva para o corpo, porém isso não é sempre verdade. Alguns males podem ser tratados por imunossupressão, como por exemplo neoplasias. Mais importante ainda, a imunossupressão impede que o corpo rejeite órgãos transplantados, sendo o tratamento com glicocorticóides fundamentais para a manutenção do órgão.
Cada uma dessas drogas é indicada para uma situação particular e seus efeitos variam muito. Os antiinflamatorios são hoje um dos principais remédios erroneamente usados na auto-medicação. Vários são os efeitos colaterais de seu uso, variando de retenção de água a suceptibilidade à infecções devido a sua ação imunossupressora, passando por úlcera péptica, e osteoporose.
Além disso o uso prolongado desse tipo de medicamento pode causar a redução da ação da glândula responsável por sua produção no corpo, a supre-renal. Este efeito é de tal modo importante que após um uso prolongado desse tipo de medicamento, seu uso é reduzido gradualmente para permitir que o corpo volte a produzir glicocorticóides adequadamente. Na auto-medicação vários desses cuidados deixam de existir, causando sérias consequências ao organismo.
Quanta coisa, né? E pensar que isso tudo é resultado da ação de apenas um dos tipos de hormônios derivados daquela simples molécula de colesterol que vimos anteriormente. E pensar que o colesterol é visto por grande parte da população apenas como um “entupidor de veias”…

Membrana & Colesterol



Para entender porque o colesterol pode ser tão prejudicial a saúde devemos primeiro saber onde ele está presente no nosso corpo e pra que ele serve. Basicamente o colesterol compõem a membrana plasmática juntamente com fosfolipídios e proteínas, na figura o colesterol está representado pelo número 8, ele fornece uma certa rigidez a membrana, que até certo ponto ajuda para a membrana manter sua forma, o colesterol consegue fornecer essa rigidez porque possuí uma longa cadeia hidrofóbica que se liga a parte hidrofóbica dos fosfolipídios. No vídeo a seguir podemos observar algumas características básicas da membrana:



Como foi mostrado no vídeo acima podemos ver que as proteínas são móveis na membrana, o que em alguns casos pode ser prejudicial para o funcionamento do ser vivo, logo a célula criou um mecanismo para fixar algumas proteínas que precisam permanecer juntas ou pelo menos próximas, esse mecanismo é chamado de "lipid raft" que pode ser comparada a uma plataforma de petróleo, fixa no oceano, onde nessa plataforma os lipídios de membrana têm uma cadeia hidrofóbica mais longa e nessa região há um maior número de moléculas de colesterol, um dos fatores que ajudam a manter a estrutura da plataforma, para impedir o movimento da plataforma em si, ela se liga ao citoesqueleto da célula, fixando a plataforma em uma determinada região, mas também podem existir plataformas com movimento horizontal.



No vídeo a seguir podemos ver as plataformas em roxo, algumas fixas ao citoesqueleto e outros não:


Referências: NELSON, D. L. e COX, M. M. (2000) Lehninger: Principles of Biochemistry, 3a edição. Worth Publishers, Nova Iorque, E.U.A.
ALBERTS, Bruce et al. Molecular biology of The Cell. 4a edição Nova Iorque GARLAND SCIENCE, 2002


Colesterol e seu transporte.

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O colesterol é uma das moléculas mais famosas da atualidade, praticamente uma Angelina Jolie da bioquímica, diferentemente da atriz, a fama do colesterol está em seus pontos negativos, como por exemplo, as doenças do sistema cardiovascular associados ao colesterol, entretanto pouco se é falado da importância dessa molécula para uma boa funcionalidade do corpo humano. O real problema está na ingestão de colesterol pelos alimentos de origem animal. Isso porque a ingestão de colesterol não é tão necessária para o Homem e para os mamíferos em geral, por eles produzirem colesterol no fígado a partir de precursores.

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Esse colesterol produzido no fígado não se restringe a integrar as membranas dos hepatócitos, ele é distribuído para o resto do corpo na forma de colesterol biliar, ácidos biliares e ésteres de colesterol. O colesterol livre e os ésteres de colesterol são transportados para os outros tecidos na forma de lipoproteínas, que solubilizam esses lipídios para serem transportados pelo sangue.

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O transporte das lipoproteínas pelo sangue é necessário para constituir as membranas das células do restante do corpo, o LDL é a lipoproteína destinada a repor o colesterol das células já o HDL têm como uma de suas funções retirar o LDL aderido as células, o problema está com o aumento do LDL no sangue, o que desregula a recaptação do LDL pelo HDL, o que causa uma reação do sistema imunológico, como podemos ver no vídeo a seguir:


Referências: NELSON, D. L. e COX, M. M. (2000) Lehninger: Principles of Biochemistry, 3a edição. Worth Publishers, Nova Iorque, E.U.A.

PaNOrama do cOLestErOL !!!

          Seguindo nossa meta de esclarecer a todos os detalhes de nossos objetos de estudo, vamos partir agora para a explicação do que é o colesterol.
          Segue a molécula de colesterol:
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          Vemos aí que não se trata de uma molécula simples. O colesterol é um lipídeo composto por 3 anéis de 6 carbonos e um de 5, apresenta uma cadeia linear ligada ao pentano e um grupo álcool (OH) ligada a um hexano. Mas vamos às suas importâncias fisiológicas.
          Primeiro é importante dizermos que o colesterol é uma molécula extremamente injustiçada! O senso comum sempre se lembra do fato que ele tem importância em problemas circulatórios, mas quase nunca falam de suas importâncias para o corpo.
          Inicialmente basta dizer que o colesterol é constituinte fundamental da membrana plasmática de todas as células. Ele também é base para a formação dos ácidos biliares, fundamentais para a digestão de lipídeos. Também é importantíssima a função do colesterol de base para a formação de vários hormônios do corpo da categoria esteróides, responsáveis pelas mais diversas funções no corpo, incluindo metabolismo energético e ciclo menstrual.
          Com tanta importância assim, o corpo dos animais tratou logo de aprender a fabricar essa matéria-prima fundamental. Sim, a maior parte do colesterol presente no corpo humano é fabricada pelo próprio corpo, principalmente pelo fígado. Apenas uma pequena parte é ingerida pela dieta, a partir da ingestão de alimentos de origem animal. Isso mesmo. Apenas alimentos de origem animal possuem colesterol, as plantas possuem compostos similares (como o ergosterol), mas que não são aproveitados pelo homem com a mesma função.
          Com tantas importâncias no corpo também é clara a necessidade de se transportar o colesterol pelo corpo. Pois bem, o transporte de substancias pelo corpo de todos nós é feito através do sangue, que é fundamentalmente composto de água, que sabemos ser polar. O colesterol, por apresentar vários ciclos carbônicos e uma cadeia bastante longa, é um composto apolar e, por isso, precisa de auxílio de compostos especiais para ser deslocado pelo sangue. Esse auxílio vem de moléculas chamadas lipoproteínas, principalmente as conhecidas como HDL e LDL, que “escondem” os lipídeos apolares e deixam uma parte polar externa que permite seu deslocamento pelo corpo.
          A maior parte da discussão quanto a importância do colesterol nos casos de problemas cardíacos é relacionada exatamente com essas lipoproteínas “carregadoras”. O LDL (Lipoproteína de baixa densidade) tem como principal função levar colesterol para diferentes partes do corpo e, por ter a capacidade de gerar seu acúmulo em determinadas regiões, é conhecido como mau colesterol. O HDL (Lipoproteína de alta densidade) faz o oposto. Sua principal função é carregar colesterol dos diversos locais do corpo para o fígado permitindo sua eliminação na forma de colesterol mesmo ou de sais biliares. Com isso o HDL impede o acúmulo de colesterol nos vasos sanguíneos e auxilia na prevenção de problemas circulatórios. Por isso, o HDL é conhecido como bom colesterol.
          Visivelmente essa conceituação em bom e mau colesterol não leva em conta as importâncias do LDL para o bom funcionamento do corpo. O mais importante para a saúde não é a existência de HDL e ausência de LDL, mas sim o equilíbrio entre os dois de forma a permitir a distribuição do colesterol pelo corpo e ainda assim impedir seu acúmulo.
          Por hoje é isso de colesterol. Nos próximos meses vamos tentar mostrar a vocês mais características dessa famosíssima molécula e suas diversas relações com o corpo humano, sempre tentando afastar os erros do senso comum quanto a sua importância positiva e negativa para a saúde.

cIS X tRAnS

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é bom ou bOOmM: Gordura Trans

          A arma: Gordura Trans
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          E ai, já ouviu falar dela ?
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          Bom galera, na luta da evolução da industria alimentícia para conservar os alimentos o maior tempo possível antes de consumir, a gordura trans foi criada. Sabe por quê ? Inventada para deixar os alimentos mais saborosos e conservados, além de dar crocância e consistência aos alimentos. Porém, nem sempre o que é gostoso sempre é saudável a longo prazo (haha, não pensem em coisas pornográficas). A gordura trans tornou-se uma das maiores vilãs das dietas atuais e, também, contribuinte de várias doenças e complicações: Aumento do colesterol total e ainda do colesterol ruim - LDL-colesterol, Redução dos níveis de colesterol bom - HDL-colesterol, Obesidade, Diabetes, Arteriosclerose, etc.
         
          Antes, “gordura (graxas)” é um nome popular/genérico dado a uma classe de lipídeos. Existem gorduras saturadas( predominante de origem animal) e insaturadas(predominante de origem vegetal). E, ainda, as Cis ou Trans (divisões da insaturada).
         
          Agora vamos ver os conceitos na íntegra antes de continuar a formulação da discussão de Gordura Trans:
        
          O termo lipídios (do grego lipos, “gordura”), nomeia essencialmente todas as substâncias gordurosas animais ou vegetais. Os lipídios são insolúveis em água,mas emulsionáveis nela, e solúveis em solventes orgânicos (apolares). São pouco consistentes, sendo alguns líquidos. Dentro da classificação de tipos de lipídios estão os Glicérideos (óleos e gorduras). Estes são ésteres de glicerol com ácidos graxos (ác. Carboxílico de cadeia longa).
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          Os óleos e gorduras (animais/vegetais) são misturas de glicérides. Uma classificação de grande importância prática é a que divide os glicerídios em:
_Óleos: quando são líquidos em condições ambientes
_Gorduras: quando são sólidos em condições ambientes
          Do ponto de vista químico, verifica-se que os óleos são formados, principalmente, por ésteres de ácidos graxos insaturados, enquanto as gorduras são formadas por ésteres de ácidos graxos saturados.
          Exemplos de ácidos graxos:
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          A formulação da Gordura Trans é feita pela indústria através de uma reação química chamada Hidrogenação catalítica, que ataca as duplas ligações da insaturação de ácidos graxos transformando-as em simples ligação pela adição de 1 mol de hidrogênio(H2) à cada 1 mol de insaturação. Em suma, os óleos líquidos são atacados por hidrogênios, saturando as ligações, transformando-se em gorduras sólidas (Gordura trans é obitda a partir de óleos que possuiam a configuração inicial Cis)
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           Mas até agora por que a Gordura Trans é malvadinha, hein ?
         
          A hidrogenação catalítica transforma óleos vegetais saudáveis como os de soja, girassol, milho e canola, em um tipo de gordura sólida. Essa gordura trans não é reconhecida pelo organismo (os organismos essencialmente trabalham com compostos Cis) e nem metabolizado(degradada e transformada em energia). Assim, circula praticamente “inteira” e em blocos na corrente sanguínea entupindo as artérias do organismo(arteriosclerose). A gordura trans não é sintetizada pelo organismo e, por isso, não deveria ser consumida nunca. Mas, como isso é quase impossível, o Ministério da Saúde determinou que é aceitável consumir até 2g da gordura por dia, o que equivale a quatro biscoitos recheados (confesso, eu como é um pacote inteiro de bolachas por vez… 4 bolachas nem dá pra sujar os dentes =D ).
Fique por dentro de Obesidade e Diabetes acessando o Blog de outros colegas:
No mais, do lado esquerdo-inferior deste nosso Blog tem varios links para acesso a variados tipos de Blogs, acessem que irão gostar leitores.
          Té + \o/ 
          Jean Carlos Dotto – Med 92-UnB
            Fontes: Química orgânica - Feltre

Oie Ômega-3…

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         Continuando a luta do nosso ensandecido grupo pelo esclarecimento a respeito dos mitos que envolvem o universo calórico de alguns lipídeos, ou seja alguns óleos e gorduras , a intenção agora é de apresentar um famoso componente do nosso organismo, o ômega-3.
         Na realidade, quando se fala em ômega-3 não se fica restrito a apenas uma substância, esse termo refere-se a vários ácidos graxos importantes tanto para a composição quanto para o funcionamento do organismo. Estes óleos, como também podem ser chamados, são classificados como essenciais, pois não são produzidos pelo nosso organismo e necessitam ser adquiridos através da dieta. Dentre eles temos o ácido alfa-linolénico (ALA) encontrado em alimentos de origem vegetal, como as sementes de linhaça ou seu óleo, e também os ácidos ecosapentanóico (EPA) e decosahexanóico(DHA), encontrados predominantemente em peixes como salmão, sardinha e truta.
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         Tais óleos contribuem muito para o bom funcionamento do coração à medida que melhoram o fluxo sanguíneo. Ele pode ser visto como uma verdadeira babá do coração, pois reduz o risco de infarto, além de vários outros problemas.
         Estudos que acompanharam esquimós que vivem na Groelândia e em algumas comunidades japonesas observaram que apesar da sua dieta extremamente rica em alimentos gordurosos, os níveis de triglicérides, colesterol total e LDL (o famoso colesterol ruim) eram baixos, enquanto de HDL (colesterol bom) eram altos. Não é incrível? A explicação para isso esta exatamente na dieta rica em óleos ômega-3, presente em peixes de aguas frias e profundas, além de outros frutos do mar. Espertinhos esses esquimós, não?
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         Esse fenômeno dos esquimós acontece porque o nosso, já querido óleo, é capaz de diminuir a viscosidade do sangue e promover a dilatação dos vasos sanguíneos o que acaba criando uma discreta redução da pressão sanguínea. Além disso, ele é capaz de reduzir a quantidade de triglicérides no sangue, reduzindo as chances de deposição de gordura na parede dos vasos, consequentemente reduzindo o risco de Aterosclerose.
         Entretanto, não basta se entupir de peixe e de sementes, ou viver bebendo óleo para alcançar um estagio de vida mais saudável. O ômega-3 possui muitos efeitos benéficos e parece realmente fazer milagres. Realmente “parece”! Nossos esforçados esquimós não fazem tais loucuras. Os benefícios atribuídos ao óleo dos peixes que eles ingerem e aos frutos do mar são visíveis quando associados a hábitos saudáveis, como uma dieta balanceada e prática de exercícios. Entenda como é dura a rotina de alguém que vive na Groelândia:
         Os benefícios para o sistema cardiovascular não são os únicos trazidos por esse óleo. Ele também é constituinte de aproximadamente 20% da estrutura cerebral, além de estar presente em nervos, na retina e ainda atua no controle de reações inflamatórias. Os aspectos relacionados ao sistema nervoso estão levando muitos cientistas a buscarem evidencias que relacionam o consumo insuficiente de ômega-3 ao aparecimento de doenças como o mal de Alzheimer e Parkinson. Mas isso é assunto para outro post.
         Espero que tenham gostado e obrigado pela visita!

Introdução Ômega 3/6

          Queridos leitores,
          Como já era de se esperar, quem vos escreve de novo é o bendito fruto, Laíze. É claro, nenhum marmanjo desse blog iniciaria uma conversa com “queridos”. Essa doçura só podia partir de uma alma feminina.
          A alma feminina, porém, hoje não veio com um papo muito agradável. Pra deixar vocês mais familiarizados com os assuntos sobre os quais vamos escrever, faz-se necessário alguns pequenos e chatíssimos ensejos sobre a teoria.
          E na aula de hoje, vamos conversar sobre lipídios, as moléculas que serão as mais populares em todo o decorrer de nosso blog. Mas, no que exatamente consistem os lipídeos?
          Essa classe de compostos de estrutura bastante variada é popularmente conhecida por gordura. Tudo bem, já que a origem dessa palavra é grega e ela significa... Gordura! Os lipídeos, associação de ácidos graxos e álcoois, são caracterizados por uma alta solubilidade em solventes orgânicos e por uma baixíssima solubilidade em água. Exercem diversas funções biológicas, como componentes de membranas, reservas de energia e isolantes térmicos; os próprios lipídios ou seus derivados podem exercer também a função de vitaminas e hormônios.
          Os lipídios, ou nossas conhecidas gorduras, são divididos em categorias. São elas:
- Ácidos graxos;
- Triacilgliceróis;
- Glicerofosfolipídios;
- Esfingolipídios;
- Esteróides;
          Dentre essas cinco coisas com nome engraçado, os ácidos graxos e os esteróides foram escolhidos para ser o assunto de nossas conversas no blog. Dentro de ácidos graxos, nesse post, minha intenção é esclarecer o que são ômega 3 e 6.
          Ácidos graxos, ou ácidos monocarboxílicos são estruturas que geralmente têm uma cadeia carbônica longa, com número par de átomos de carbono, e sem ramificações, podendo ter cadeias saturadas ou que contêm insaturações. O grupo funcional carboxila constitui a parte polar (hidrofílica), e a cadeia carbônica, a parte apolar (hidrofóbica).
          Ahhhh! Parte chata! Mas, pra quem não entendeu nada, ainda há uma chance! Vamos tentar por desenhos:
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          A pontinha invocada (onde temos o grupo funcional COOH) tem afinidade com a água. A parte sem graça (que só tem pausinhos quase formando triângulos) é “rejeitada” pelas moléculas de água.
          Ficou mais fácil, não é?
          Agora, continuando...
          Os ácidos graxos mais comuns são os de 16 a 18 átomos de carbonos. Os átomos de carbonos podem ser indicados por números ou letras. A numeração inicia-se no grupo carboxila (carbono 1 ou C1)e aumenta em direção à extremidade oposta, formada pelo grupo metila. No sistema de denominação por letras, o carbono 2 é o carbono α , o carbono 3 é o carbono β e assim por diante, e o carbono do terminal CH3 é o carbono ω (ômega, a última letra do alfabeto grego), também denominado carbono n.
          Para a identificação da posição das duplas ligações na cadeia carbônica, empregam-se diferentes sistemas de representação. No sistema ω, a contagem dos átomos de carbono inicia-se no grupo CH3, cujo carbono (carbono ω) passa a ser o de número 1, e a dupla ligação mais próxima da extremidade metila (CH3) recebe um número igual ao número do átomo de carbono mais próximo do carbono ω que forma a dupla ligação. Assim, os ácido graxos do tipo ω-3 têm uma dupla ligação entre os carbonos 3 e 4, e aqueles do tipo ω-6 têm uma dupla ligação entre os carbonos 6 e 7, numerando-se os carbonos sempre a partir do carbono ω.
          Apelando pro desenho de novo:
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          E... Por hoje é só! Hahaha
          Enfim... Espero que eu tenha ajudado pelo menos um pouco na compreensão do que são os benditos ω-3 e ω-6 que ajudam a compor o nome do nosso blog e sobre os quais tanto vamos falar nos próximos dias. Agora que vocês já sabem bioquimicamente do que estamos falando, acredito que a compreensão dos malefícios e benefícios proporcionados por essas substâncias no organismo humano ficará facilitada.
          Espero que nossa recente amizade não tenha sido abalada devido ao post de hoje. Qualquer dúvida, por favor, entre em contato com a gente pelo e-mail bioquimicadocolesterol92@gmail.com ou deixe um comentário em qualquer uma das postagens.
          No mais, queridos, até nossa próxima conversa. Farei o possível pra ser mais agradável.
          Beijo do bendito fruto! =**

Referências: Marzzoco, Anita: Bioquímica básica/ Anita Marzocco, Bayardo Torres.- 3 ed.: Guanabara koogan, 2007

Apresentação


          Aos visitantes, nossas boas vindas!
          Por trás desse colorido e convidativo layout que engorda até os olhos, estão cinco ensandecidos estudantes de Medicina da Universidade de Brasília (UnB). Na condição de obedientes alunos da disciplina bioquímica e de desobedientes seguidores de dietas saudáveis, elegemos colesterol, ômega 3/6 e gorduras trans para alvo de nossas presentes e posteriores pesquisas.
          Nossa intenção, porém, não é fazer do blog um sítio para alívio de consciência dos sedentários e gordinhos. Elegemos o colesterol com o objetivo de esclarecer os estragos e benefícios desse lipídio no organismo humano.
          Embora muitos de nós falemos desembaraçadamente sobre o colesterol, muitas vezes não entendemos exatamente o que ele é e como se relaciona com nossa saúde e bem-estar. Por exemplo, muita gente acha que se tiver determinada taxa de colesterol no sangue está livre de doenças cardíacas. Geralmente, essa é uma suposição correta. Mas, como veremos no decorrer de nossas conversas, é possível ter-se uma baixa taxa de colesterol e, ainda assim, sofrer de arteriosclerose, uma doença cardíaca que, dentre outras coisas, endurece as artérias.
          Há ainda muitas outras confusões sobre essa popular molécula lipídica. Por isso, é importante, para a segurança de vocês e para a saúde de corações e artérias de seus familiares, que vocês aprendam mais sobre as implicações do colesterol na saúde humana.
          Sendo assim, vamos procurar mostrar no desenvolver do blog :
_ as atuais opiniões sobre quais são as melhores taxas para o colesterol em seu sangue;
_quais são as diferentes formas pelas quais o colesterol é introduzido em seu organismo;
_como distinguir o “colesterol bom” do “colesterol ruim”;
_o valor previsível da proporção de colesterol – e como você pode computá-la, a partir dos valores do seu próprio sangue;
_como determinar a melhor dieta para baixar ou controlar seu colesterol;
_novas descobertas com o uso de vitaminas e de tratamentos com medicamentos para reduzir o colesterol no sangue;
_porque um desequilíbrio aparentemente pequeno nos componentes gordurosos em seu sangue pode aumentar substancialmente seu risco coronariano;
_as mais recentes opiniões sobre o uso de fibras solúveis, como o farelo de aveia, no controle do colesterol;
_vínculo entre características hereditárias e o colesterol;
_vínculo entre o estresse e o colesterol;
_o que são, o que fazem, benefícios e contra-indicações dos ácidos graxos ômega 3/6
_o que são, o que fazem, benefícios e prejuízos das gorduras insaturadas
          Nessa looonga jornada, vocês, caros leitores e recentes amigos, terão como orientadores:
_Artur Souza, o inacessível, pessoa de mais difícil contato dentre os componentes do grupo fabricante;
_ Carlos Eduardo Alves, o manager, responsável pelo artigo que nos deu a vitória na luta pelo blog;
_Jean Carlos Dotto, o designer, responsável pelo charme do nosso invocadíssimo blog;
_Matheus Lima, o faster, pessoa que consegue confeccionar posts com maior número de informação em menores intervalos de tempo;
_Laíze Terra, o bendito fruto entre os homens e pessoa que vos escreve, responsável por manter os rapazes na linha;
          No mais, queridos, estamos todos abertos a dúvidas, informações adicionais, contestações, repressões, ideias e tudo mais que contribua para a nossa melhor comunicação. Qualquer pessoa pode entrar em contato conosco; basta deixar um comentário em qualquer uma das postagens ou, então, nos mandar um email (bioquimicadocolesterol92@gmail.com) !

          Aproveitem nossa orientação para se manterem informados. Aproveitem nossa companhia para se reeducarem em suas dietas.
          Gordinhos, sedentários e não-saudáveis de plantão: Façamos uso desse espaço em nosso próprio benéfico!
          E sejam todos bem vindos ao nosso sítio de auto-ajuda!
          Este blog terá como temas principais: Colesterol, Gordura-Trans, Ômega 3 e Ômega 6.

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